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Por que detox?

Você deve ter ouvido por ai essa expressão “detox” em muitos lugares. Na atualidade parece que o ser humano está com uma fascinação pelo conceito de desintoxicar o corpo, como se o mundo ao nosso redor fosse totalmente tóxico e nós não tivéssemos outra alternativa senão fazer esse processo de limpeza constante.

Para a supresa muitos, o nosso corpo já faz um processo de detox continuamente. Isso mesmo, o nosso corpo já tem um mecanismo todo desenvolvido para desintoxicar o nosso corpo. Entretanto, a velocidade que isso acontece não é tão rápida a velocidade que nós nos intoxicamos de coisas no dia a dia.

Quando eu digo intoxicar, eu não falo necessariamente de produtos quimicos ou venenosos, e sim o processo de acumulo de estímulos que todos nós sofremos durante o dia. Desde o movimento em que você acorda até o momento em que você deita na cama para dormir, sua mente é impactada por centenas, senão milhares de imagens, anúncios publicitários, sons e tanta informação que nossa mente consciente simplesmente não consegue processar tudo.

Ao deitarmos, temos a sensação de mente cheia e mal conseguimos dormir tranquilamente. Ao despertar provavelmente a primeira coisa que você faz é pegar seu celular e o que? Se encher de mais estimulos, antes mesmo de se levantar da cama, escovar os dentes, tomar seu café da manhã em paz e só então se atualizar.

O excesso de estímulos

Vivemos em uma sociedade onde todos nós temos medo de ficarmos desatualizados com todas as notícias que circulam pelo mundo. A minha grande pergunta para você seria “Será que é possível se atualizar de tudo no mundo em tempo real?”. Nosso cérebro está preparado para esse acumulo de informações que recebemos todos os dias? Você está preparada para lidar com guerras, devastação das florestas, fome, doenças, bolsa de valores, aumento do preço dos combustíveis, o último escandalo na política, entre tantos outros?

Não faço aqui uma apologia a você não se informar e ficar alienado diante do mundo, mas eu proponho uma reflexão para que você se pergunte se você consegue lidar com todas essas transformações que acontecem no dia a dia. Como eu disse, não estimulo que você fique desinformado das novidades do nosso pais, muito pelo contrário. Eu apenas proponho que você aprenda a “mastigar o que sua boca aguenta”, em outras palavras, introduza estímulos na sua vida de tal forma que você possa lidar com todas as consequências que eles trazem.

As redes sociais vieram para mudar radicalmente a forma como nos relacionamos com pessoas ao nosso redor. Atualmente, em 10 minutos conseguimos roda o feed de dezenas de pessoas e nos atualizarmos de aniversários, animais de estimação, conquistas pessoais, desafios, nascimento de filhos, mudança de trabalho, de nossos “amigos”. Aliás, você já se perguntou, dos seus mais de 300 amigos nas redes sociais, quantos deles você encontra regularmente?

Somos impactados todos os dias pelo excesso de informação, seja da TV, aplicativos de mensagens instantâneas e redes sociais. Recebemos mais informações do que damos conta de processar. Esse acumulo de informações nos geram ansiedade, estresse e aos poucos se torna um vício.

De volta ao essencial

É importante que você comece a fazer um processo de filtragem do que realmente é importante para sua vida e o que pode esperar um pouco. Esse medo que temos de perder as últimas novidades, tem até um nome para isso: fear of missing out, que pode ser traduzido como medo de perder algo. Esse medo de trata da nossa mente temer por não ficar atualizada dos últimos acontecimentos do mundo.

Isso nos leva a estar constantemente rodando os feed e atualizando sites em busca de novidades e das últimas atualizações. Faça um teste por você mesmo, quantas vezes por dia você entra no Instagram para verificar atualizações? Você provavelmente se surprenderá se eu lhe dizer que a média das pessoas vai mais de 30 vezes. Isso somente no Instagram. Agora imagine todas as outras redes sociais.

Com tantas atualizações e busca por novidades, acabamos sendo hiper estimulados durante o dia todo e começamos a achar a vida real um pouco sem graça. Um pouco sem sabor. Como comparar a lentidão da vida real com a velocidade da luz das redes sociais?

Esse excesso de estímulo faz com que afastemos cada vez mais do nosso estado natural de paz interior. Esse estado de tranquilidade mental é fundamental para que possamos executar as tarefas do dia a dia. Essa volta para o que é essencial faz parte da nossa jornada nas mudanças de hábitos, pois é somente assim que somos capazes de iniciar um processo de transformação radical em nosso interior.

O essencial é fundamental.

Busque sempre se atualizar, sim, porém cuide-se para não exagerar nas informações e acabar se sentindo sobrecarregado no fim do dia, com aquela terrível sensação de que o mundo está perdido e não há nada que possamos fazer. Cuide-se para que as informações todas ao seu redor lhe paralize e você esqueça de retornar para o essencial.

Encontrando prazer na simplicidade

Eu sei que a vida extravagante é muito interessante e excitante, porém igualmente é cansativa. Você pode passar todos os dias, porém após 1 mês de férias você já deseja retornar para a tranquilidade do seu lar. Como é aquela famosa frase “não existe lugar melhor do que o conforto da nossa casa”.

É justamente a busca por esse conforto que devemos nos focar. Procure encontrar a simplicidade no seu dia a dia, lembre-se que as grandes transformações acontecem em silêncio. As transformações profundas surgem quando niguém está olhando.

Foque o seu dia em ter uma rotina equilibrada, tranquila e simples. Busque incorporar no seu dia a dia coisas que alegram a sua alma e lhe tragam um contentamento interior. É através da apreciação da simplicidade que conseguimos fazer um detox do excesso de estimulos que recebemos no dia e dia e podemos, finalmente, encontrar conforto em nós mesmos.

 

Yogi Rudra Das

Rudra Das é graduado em Ciências do Yoga e Naturoterapia pela Maharishi Dayananda Saraswati na India, Mestre em Yoga pela Jai Narain Vyas University, Jodhpur – India. Com uma curiosidade e sede de saber ele começou a cursar outra graduação em Filosofia no Brasil (Uninter) e uma Pós Graduação em Filosofia Clínica, para que então a sabedoria oriental pudesse ser implementada da forma mais harmoniosa possível com o pensamento ocidental.